ITIRAPINA - Com a Tropa de Choque, rebelião chega ao fim

15/07/2013 10:36

 

Foto: Maurício Duch

Tropa de Choque é chamada para conter rebelião na Penitenciária de Itirapina (Foto: Maurício Duch)Fonte: G1 São Carlos e Araraquara

 

Após quase 22 horas de tensão, terminou a rebelião na Penitenciária de Itirapina, que fica a 210 quilômetros de São Paulo. O motim teve início às 11h de domingo (14) e manteve 68 reféns. Todos foram soltos. A Tropa de Choque foi chamada e chegou ao local por volta das 6h30 desta segunda-feira (15), mas não precisou invadir a penitenciária, já que houve negociação. Durante a rebelião, dois presos foram mortos pelos próprios detentos, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

Pelo menos três ônibus e 10 viaturas da Tropa de Choque deixaram a capital durante a madrugada para conter a rebelião. Agora pela manhã, eles entraram na penitenciária após a negociação e os detentos passam por revista. Ainda segundo a SAP, a rebelião terminou sem nenhum refém ferido e também não houve danos ao patrimônio.

No domingo, muitas viaturas da PM vieram de várias cidades para reforçar a situação. O helicóptero Águia também foi acionado.

 

Tensão

Parentes passaram a noite do lado de fora do presídio. O clima foi de muita tensão. "Ninguém fala nada pra gente, é tudo família trabalhadora aqui fora querendo uma informação. A gente só quer saber o que está acontecendo lá dentro", falou a balconista Cintia Abe.

A Penitenciária de Itirapina tem capacidade para 210 presos no regime fechado, mas abriga 602. A mãe de um presidiário, que não quis ser identificada, disse que o incidente teve início quando uma visitante foi impedida de entrar por problemas na documentação.

O marido dela teria ameaçado matar alguém como forma de protesto contra a penitenciária e, então, os detentos não deixaram mais ninguém sair do local.

A mulher, que foi liberada com a condição de avisar a imprensa, afirma que viu um preso carregando a cabeça de outro que teria sido decapitado no local. Segundo ela, o problema com a entrada da visitante foi apenas o estopim para que os detentos fizessem outras reivindicações como a presença de médicos, atendimento judiciário e a ampliação do horário de visita até as 16h. Atualmente, ele é encerrado às 15h. A Polícia Militar disse ainda que os detentos querem celulares.